sábado, julho 04, 2009

O som do sol

A praça e o banco. A fonte e a água. A música e o sol.
É verdade que a arquitetura e o urbanismo imposto às cidades têm um vínculo muito forte com a dinâmica dos povos e suas movimentações, principalmente no que diz respeito ao poder que se quer exercer sobre eles - isso é histórico. Contudo, vivi um dos momentos de maior leveza dos últimos dias, e justamente numa praça, local propício para a vigilância da população. A Praça Raul Soares sofreu uma bela reforma e há poucos meses foi entregue ao público. Resultado: área arborizada, fonte e música clássica... Sexta-feira, pela manhã, indo para o trabalho, passando pela bela praça ao som de Haydn.
Naquele momento, o ar sofreu uma purificação e o sol tocou sua música para acalentar os que o ouviam. Naquele momento, os deuses estavam mais próximos só para confirmar sua superioridade e seu carinho pelos homens. Por sua vez, os homens só podiam regozijar-se de tal beleza mítica e cotidiana - eles sofreriam menos se aceitassem sua condição ordinária.

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