Elementos que atingiram certo patamar de naturalidade em nossa cultura, tais termos de comparação podem ser facilmente encontrados em publicações como o famoso Guinness Book of Records. Com a primeira edição publicada em 1955, em Londres, segundo seu site oficial: “Nenhuma outra iniciativa reúne, confirma, homologa e apresenta dados sobre recordes mundiais com o mesmo nível de investimento em termos de abrangência e autenticidade” (fonte: http://www.guinnessworldrecords.com/br/history.aspx). Bom, nem precisa dizer que a marca Guinness é detentora de um dos maiores registros de publicação, vendagem e tradução da história editorial.
Mas, detenho-me à quantificação em questão.
Não bastasse os inúmeros algarismos que atravessam nosso dia-a-dia, recebo de um amigo a notícia de que havia sido batido o recorde de “maior beijo coletivo do mundo”. Tal proeza foi alcançada em show de Claudia Leitte e banda, realizado em 2009,
Nunca a sexualidade esteve tão liberta e nunca o conhecimento e a crítica se desvincularam tanto do conteúdo de nossa caixa craniana. Talvez não se tenha atentado para o quanto nossa sociedade tem vivido em estado de sofrimento psíquico. De qualquer forma, nunca a ingestão de medicamentos para diminuir a sensação de solidão e de tédio chegou a um nível tão alarmante quanto agora, como também nunca o corpo se viu em tamanha enrascada: ser livre e ter que atender às obrigações consuetudinárias. Deixa-se de lado a busca que o desejo provoca em favor da pseudosegurança que a boca do outro pode proporcionar no momento de uma foto, em prol de um apelo à performance alienante de apenas contar mais 1.