terça-feira, setembro 26, 2006

Loucpostura ou OGUM

Liberdade!!!
Que morram cristos e lúcifers, que morram todos os guardiães dos portais do inferno e todos aqueles que agem de joelhos dobrados ao chão - e que ninguém ressuscite!!! -, morram os enfermos e os que gritam ao deus "que me mantenha são"!!! Morram deuses e mais deuses ao redor dos quais construímos o que consideramos como o mais firme de nossa vida, que morram esses que tenham se tornado nossa própria vida!!! (Quanta vida se perde da vida ao escutarmos esses ídolos!!!) Morram as certezas, as dúvidas e as dívidas!!! Morram a estrada, o caminho e o desvio!!! Morra o antes e morra a cada instante o depois!!! Que morra o agora??? Qual a missão dos personagens da tragédia??? Para qual tipo de vida se mostram tão sábios??? Quando a morte é sábia e quando ela é a mais fervente vida???
A espada... a espada... que seja ela a guiar o braço, a perna, o coração...........

domingo, setembro 17, 2006

Francamente...


Qual o resultado da fricção entre o frênulo e a frenha? Frondosos e generosos momentos da mais frutífera lascívia. Pois bem, fraldoso francelho é aquele que perde momentos como esse, fraudulento que só sente em frangalhos. Prepara essa sua franja e que ela tinja teu corpo de frincha, coloque em sua frasqueira aquele produto de cor framboesa e mais os frascos de fragrância das mais frouxas e açucaradas. Frasemaníaco, não me contento com isso tudo tão fragmentado... Frenesi... Vocês sabem o que é um frescobolista? Ok, ok, você venceu... french fries... Frete de uma viagem só - na frente, só o sol fremente... Frieira no pé é só fricote de quem dança frevo e tem chulé. Na frivolidade com que uns desdenham o front e a fruta, termino com um frúnculo: sebo frustrado em sua fruição.

terça-feira, setembro 05, 2006

Só deixe...


Nunca imaginei que um dia pudesse ser assim. Enquanto escrevia, estava distante da escrivaninha - a cadeira em que estava encostado não me deixava chegar perto. A caneta estava estranhamente pesada... ela vibrava em minha mão... esquentava... (ou era minha mão que estava ansiosa?) Diante de mim estava a sua carta... e meus olhos fixaram-se - eles não conseguem desviar - numa de suas palavras. Vagarosamente, o absurdo ia controlando tudo... já não sei mais. "Há algo de obsceno e libidinoso na própria forma das letras", diria Joyce. Irresistível e diabólico. O que é esse movimento que me faz ficar sentado quase imóvel, como se fosse aparecer a coisa mais fantástica que poderia fazer? O que é isso? Vagarosa e asperamente rasgando. Sempre. É ou não é assim? Ficar em cima e lutando para sair da caneta o possível de se escrever, ainda que impossível... Não vejo outro verbo senão espremer...
Descobri, é verdade, sou um ladrão... Para que o roubo seja sagrado, não é você que tem que falar, deixe o desastre falar em você...
Pintura de Matisse.