sábado, outubro 18, 2008

O mal-entendido pelo maldito


O mundo não marcha senão pelo mal-entendido.
É pelo mal-entendido universal que o mundo inteiro se entende.
Pois se, por desgraça, os homens se compreendessem, não poderiam jamais entender-se.
Charles Baudelaire, Meu coração desnudado.

domingo, outubro 12, 2008

Sensibilidade e ervas daninhas

O que sempre esteve em questão é a maneira de viver depois de uma grave crise, seja ela climática ou econômica. Nas situações em que se desponta alguma, vários pensadores apresentam suas interpretações quanto às consequências de eventos como o que tem perturbado o mundo financeiro nas últimas semanas; mas, sem dúvida, não há um discernimento do que seja do âmbito de uma crise ou de um mal-estar. Isto simplesmente não é discutido. Não há espaço para a percepção desta perenidade inquietante. Talvez, daqui em diante, a questão mais comple(t)(x)a, e por isso mesmo mais coerente, seja a de como fazer aflorar modos de vida e de sensibilidade que possam perceber o mal-estar radical como singular da vida humana, pois se até a ecologia (essa quase-ciência que tenta resgatar a sensibilidade do homem para com o planeta) já virou arma contra o pseudocontra-senso do mal no humano. Mal sabem os ecologistas, e aqueles que confiam na ecologia como arma de expurgo da sujeira humana (em lato sensu), que o maior contra-senso é perceber que existe uma ecologia das idéias danosas, aliás, até mesmo uma ecologia das ervas daninhas que toda bondade ecológica ajuda a criar.
Figura: exemplo de cadeia/teia alimentar