sexta-feira, junho 12, 2009

Ventura

Dentre as pequenas coisas do universo, há as grandiosas - o simples olhar se acomete da mais pura sensação de regozijo quando percebe o amor. Como que um fruto se der­rete na língua, de lascívia minha mão sua ao abraçar com força a carne parceira, e a lágrima terna cai em homenagem à cena derradeira. Controle sobre os afetos, quem o consegue? Num único e pungente afago de desejo, homem e mulher revivem mil noites de amor já compartilhadas, gemidas e suadas, o que os tornam grandes e sublimes. São o acúmulo e a renovação de doçuras e carícias que nos juntam durante a noite, durante o dia, e mesmo à distância. E nesta voluptuosidade embaladora, em que estou mais perto dela, sou feliz quando entrelaço minha perna na sua – assim, como que, por ventura, eu tivesse encontrado na alcova a minha casa.
Pintura: "Danae" (1907/08), de Gustav Klimt.


Um comentário:

Carolínea disse...

Sem palavraS...TE AMO, TE AMO, TE AMO...